sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

NÃO VAI TER NA PROVA - Mineralogia Física

Mineralogia Física

            A parte da Mineralogia que estuda as propriedades físicas dos minerais é denominada de Mineralogia Física. As propriedades físicas são muito importantes para a determinação rápida dos minerais, pois a maioria deles pode ser reconhecida pela vista ou determinada mediante ensaios simples. O estudo destas propriedades possibilita também deduções relativas à estrutura cristalina e composição química dos minerais. Além disso, alguns minerais devem sua utilização técnica exclusivamente a suas propriedades físicas, por exemplo, a alta dureza do diamante é responsável pela sua utilização eficiente como abrasivo. As qualidades lubrificantes do talco e da grafita resultam da sua baixa dureza e da facilidade com que se partem ao longo de superfícies de clivagem.

Principais Propriedades Físicas dos Minerais:

         Clivagem

            A Clivagem é a tendência do mineral se romper ao longo de superfícies planas definidas. Ela depende da estrutura cristalina e ocorre somente paralelamente aos planos de átomos.
            A clivagem nos minerais pode variar de acordo com a qualidade ou perfeição e com o número e direção dos planos de clivagem.   
Exemplos de minerais com clivagem: muscovita, galena, calcita, fluorita e topázio.

         Partição
           
Certos minerais, quando sujeitos a tensão ou pressão, desenvolvem planos de menor resistência estrutural ao longo dos quais podem romper-se subseqüentemente. Quando se produzem superfícies planas em um mineral por meio de seu rompimento ao longo dos tais planos predeterminados, diz-se que o mineral tem uma Partição.
            A Partição distingue-se da Clivagem por não ser constante e não depender da estrutura interna dos minerais, ou seja, nem todas as amostras de uma mesma espécie exibirão a partição.
            Exemplos de minerais que podem ter partição:
- Hematita, Magnetita, Coríndon e Diopsídio.

         Fratura

            A maneira pela qual um mineral se rompe, quando isto não se produz ao longo de superfícies de clivagem ou de partição, é denominada de Fratura.
            Os principais tipos de fraturas observadas no minerais são:
Concóide ou conchoidal  – quando a fratura tem superfícies lisas, curvas, semelhantes à superfície interna de uma concha. Ex.: Quartzo, Calcedônia e Opala.
Serrilhada ou denteada  – quando a fratura apresenta superfície denteada, irregular, com bordas cortantes. Ex.: Ouro, Prata e Cobre nativos.
Desigual ou Irregular – quando um mineral se rompe formando superfícies rugosas e irregulares. É o tipo mais comum de fratura entre os minerais, porém não é utilizada como aspecto diagnóstico de um mineral..

Dureza (D)

            A Dureza é o grau de resistência da superfície de um mineral ao risco. Ela depende da estrutura cristalina do mineral. Quanto mais fortes as forças de união entre os átomos, tanto mais duro o mineral.
            O grau de dureza é determinado, na prática, por comparação, riscando-se a superfície do mineral com a ponta de outro mineral ou objeto de dureza conhecida. Como escala de comparação, adota-se a seguinte escala:
Escala de Dureza de Mohs:

1 – Talco                     6 – Ortoclásio
2 – Gipso                    7 – Quartzo
3 – Calcita                  8 – Topázio
4 – Fluorita                 9 – Coríndon
5 – Apatita                 10 – Diamante

Minerais de D=1 são untuosos ao tato; de D até 2 são riscados pela unha (D=2,5); de D até 3 são riscados por uma moeda de cobre (D=3); de D até 5 são riscados pela lâmina de um canivete (D=5,5) e os de D superior a 5 riscam o vidro (D=5) ou cortam, caso do diamante. Minerais de mesma dureza riscam-se mutuamente.

         Tenacidade

            A Tenacidade é a resistência que o mineral oferece ao esforço mecânico, ou seja, é a maneira como o mineral se comporta ao ser rompido, esmagado, curvado ou cortado, em resumo, é a sua coesão.
            Alguns termos são usados para descrever as várias tenacidades nos minerais, tais como: quebradiço, friável, séctil, maleável, dúctil, flexível e elástico.

            Densidade Relativa (d)

            Trata-se de uma das mais importantes propriedades de um mineral. A Densidade Relativa é um número que expressa a relação entre o peso de um mineral e o peso de um volume igual de água a 4oC.
            A densidade relativa de um mineral depende de dois fatores:
- Espécie de átomos de que é composto (raio e peso atômico).
- A maneira pela qual os átomos estão arranjados entre si (sistema cristalino).

            Para determinar a densidade relativa de um mineral, pesa-se primeiramente o mineral no ar, depois o mineral é imerso em água e pesado de novo. De maneira que a expressão abaixo é usada para o cálculo da densidade relativa:

            d =  Par  /  Par - Págua   ,  onde   Par - Págua é igual ao peso de um volume igual de água.

         Diafaneidade

            A Diafaneidade é a propriedade que descreve a capacidade do mineral transmitir a luz.
Usam-se os seguintes termos para exprimir os vários graus desta propriedade:
            1 - Transparente - se o contorno de um objeto visto através do mineral é perfeitamente distinto.
            2 - Translúcido - se a luz atravessa o mineral, mas o contorno de um objeto não pode ser observado através do mineral.
            3 - Opaco - se a luz não atravessa o mineral, mesmo em suas bordas mais delgadas.

         Brilho

            Denomina-se de Brilho a aparência geral da superfície de um mineral à luz refletida. Será tanto mais intenso quanto mais elevado for o índice de refração do mineral e não depende da cor do mineral. O brilho dos minerais pode ser dividido em dois tipos principais: Metálico e Não-metálico.
Um mineral tendo a aparência brilhante de um metal tem brilho metálico. Este brilho é característico de minerais opacos que absorvem intensamente a luz visível e com índice de refração igual ou superior a 3.
            Exemplos de minerais com brilho metálico: ouro, prata, galena, pirita, calcopirita e molibdenita.
            O brilho não-metálico é característico de minerais transparentes a translúcidos. Usam-se os seguintes termos para descrever a aparência dos minerais que apresentam este tipo de brilho:
            Vítreo - brilho semelhante ao brilho do vidro. Ex.: quartzo, topázio, berilo, turmalina, etc.
Adamantino - brilho semelhante ao do diamante. Ex.: diamante, zircão, rutilo, cassiterita, etc.
Resinoso - brilho semelhante ao de uma resina. Ex.: enxofre nativo, algumas esfaleritas, etc.
Gorduroso - com a aparência de estar recoberto por uma fina camada de óleo. Ex.: nefelina, opala, quartzo de veio, etc.
            Terroso - brilho semelhante ao da terra. Ex.: argila (caulim), bauxita, etc.
Nacarado ou Perláceo - tendo a aparência iridescente de uma pérola. Ex.: apofilita, barita, talco, gipso, mica, etc.
Sedoso - com a aparência da seda. Ex.: gipso fibroso, serpentina, malaquita, etc.

Cor

            A Cor de um mineral é o resultado da absorção seletiva da luz. Um mineral que apresenta cor verde, absorve vários comprimentos de onda, com exceção dos que dão a sensação de verde, que são refletidos pelo mineral.
            A Cor de um mineral é uma propriedade que auxilia bastante na sua identificação. Para muitos minerais, especialmente os de brilho metálico, a cor é uma propriedade relativamente constante e, serve como meio de identificação.
            Exemplos:       Galena            cinza do chumbo
                                   Pirita               amarelo pálido
                                   Calcopirita      amarelo latão
            Quanto  a cor, os minerais podem ser classificados em:
1- Idiocromáticos - são os minerais que possuem cor constante e característica. Ex.: amarelo do ouro, azul da azurita, verde da malaquita, etc.
2- Alocromáticos - são os minerais que variam de cor. Ex.: quartzo (incolor, amarelo,  lilaz, etc.), berilo (verde, azul piscina, etc.) e coríndon (vermelho, azul amarelo, etc.).
3- Pseudocromáticos - são os minerais de cor falsa, que apresentam cores causadas por defeitos estruturais ou fenômenos óticos. Ex.: opala preciosa (jogo de cores), bornita (película colorida), etc.     

            Traço

            A cor do pó fino de um mineral é denominado de Traço. É uma propriedade mais diagnostica que a cor de um mineral, devido ser mais constante. Esta propriedade pode ser determinada, esfregando-se o mineral sobre uma placa de porcelana não polida (placa de traço) de dureza 7, não podendo ser usada para minerais de dureza superior e, neste caso terão que ser triturados ou moidos para a obtenção do traço.
            Exemplos de traços característicos:
Hematita -       traço castanho-avermelhado a vermelho.
Goethita -       traço castanho amarelado.
Magnetita -     traço preto.
Cromita -        traço castanho.
Pirita -             traço preto.
Calcopirita      traço preto-esverdeado.
Cassiterita -     traço esbranquiçado.
Fluorita -         traço incolor a branco.

            Iridescência

         A Iridescência é a propriedade de um mineral apresentar uma série de cores em seu interior ou sobre sua superfície. Ex.: labradorita, bornita e quartzo hialino ou cristal de rocha.

            Luminescência

         A Luminescência é qualquer emissão de luz por parte de um mineral que não seja o resultado direto da incandescência. O principal tipo de luminescência apresentado pelos minerais é a Fluorescência, que é a emissão de luz durante a exposição a uma irradiação (luz ultravioleta ou raios X). Exemplos de minerais que podem apresentar fluorescência: fluorita, autunita, zircão e scheelita.

           

Magnetismo

Apresentam esta propriedade os minerais que em seu estado natural são atraídos por um imã. Os minerais que apresentam magnetismo natural mais intenso são a Magnetita e a Pirrotita (constituem imãs naturais).
Quanto ao magnetismo os minerais podem ser:
Diamagnéticos - minerais que não se magnetizam quando colocados em um campo magnético. Ex.: quartzo, fluorita, calcita, ouro, etc.
Paramagnéticos - minerais que são fracamente atraídos por um imã e se tornam magnetizados quando colocados num campo magnético. Ex.: rutilo, olivina, hornblenda, granada, etc. (minerais que contenham ferro).
Ferromagnéticos - minerais que são intensamente atraídos por um imã qualquer e podem tornarem-se magnetizados permanentemente. Ex.: os mais comuns são a magnetita, a pirrotita e um polimorfo da hematita chamado magnemita.

Matéria da Prova - Classes Mineralógicas


Classificação dos Minerais em Classes Minerais com base na Composição Química:

Elementos Nativos - são os minerais formados por apenas um elemento químico, que ocorrem  no estados nativo.
Ex: Ouro-Au, Prata-Ag, Bismuto-Bi, Arsênio-As, Diamante-C e Enxôfre-S.
Sulfetos - são os minerais constituídos de combinações de vários metais com As, S ou Te. Ex.:            Arsenopirita - FeAsS,            Calaverita - AuTe2                                                                Galena -PbS                            Skutterudita - (Co,Ni,Fe)As8
Sulfossais - são os minerais compostos de Ag, Cu e Pb em combinação com Sb e S, As e S e, Bi e S. Ex.:            Estefanita - Ag3SbS4             Enargita - Cu3AsS4               
Óxidos - são os minerais que contêm um metal em combinação com o Oxigênio.
Ex.:     Cassiterita - SnO2                         Hematita - Fe2O3                   
Hidróxidos - são os minerais que apresentam a hidroxila (OH) como radical mais importante, podendo conter também moléculas de água.
Ex.:     Brucita - Mg (OH)2                 Limonita - FeO(OH).nH2O
Halóides - são os minerais que apresentam como radicais (ânions) os seguintes elementos: Cl, F, I e Br.
Ex.:     Halita - NaCl                         Fluorita - CaF2
                        Iodirita - AgI                         Bromirita - AgBr
Silicatos - são os minerais constituídos por vários elementos, dos quais os mais comuns são o Al, o Fe, o Ca, o Na, o K e o Mg, em combinação com o Si e O.
Ex.:     Cianita - Al2SiO5                    Olivina - (Mg, Fe)2SiO4                    
Carbonatos - nesta classe estão os minerais cujas fórmulas incluem o radical CO3. Ex.:          Calcita - CaCO3                        Malaquita - Cu3CO3(OH)2
Sulfatos - minerais que apresentam como radical o SO4.
Ex.:     Barita - BaSO4                       Gipso - CaSO4
Fosfatos - minerais com o radical PO4.
Ex.:     Apatita - Ca5(F,Cl,OH)(PO4)3
Tungstatos - minerais com o radical WO4.
Ex.:     Scheelita - CaWO4                 Wolframita - (Fe,Mn)WO4
Nitratos - minerais com o radical NO3.
Ex.:     Nitro - KNO3                         Salitre do Chile - NaNO3
Boratos - minerais que contêm o grupo aniônico formado por B e O.
Ex.:     Bórax - Na2B4O710H2O         Boracita - Mg3B7O13Cl
Arseniato - radical AsO4. Ex.:       Mimetita - Pb5Cl(AsO4)3.
Molibdatos - radical MoO4. Ex.:  Powellita - CaMoO4.
Vanadatos - radical VO4. Ex.:      Vanadinita - Pb5Cl(VO4)3.

                Classe mais abundante na Crosta:     Silicatos

            Maioria dos minerais-minérios:          Óxidos e Sulfetos

Matéria da Prova - Mineralogia Descritiva

6 - Mineralogia Descritiva

Classificações dos Minerais
           
1- Classificação Sistemática em Categorias:
           
Com base na composição química, estrutura cristalina e em alguns aspectos físicos, os minerais podem ser classificados sistematicamente nas seguintes categorias: Espécie, Variedade, Classe, Grupo, Família, Série e Termo.

            Espécie é a categoria principal, que designa uma determinada composição química e uma estrutura cristalina específica.
            Exemplos:
Espécie
Composição química
Sistema Cristalino
Diamante
C
Isométrico
Coríndon
Al2O3
Hexagonal

Variedade é uma categoria subordinada à espécie e se refere a uma determinada característica ou aspecto apresentado pela espécie tais como cor, inclusões e/ou efeito ótico especial.
Exemplos:
Espécie
Característica
Denominação

Quartzo
Incolor
Hialino ou Cristal de rocha
Violeta
Ametista
Amarelo
Citrino
Berilo
Verde
Esmeralda
Azul
Água marinha

Classe é a categoria na qual os minerais são agrupados com base na composição química, ou seja, com base no ânion ou grupo aniônico principal que está combinado com um ou mais metais na fórmula mínima do mineral. Os minerais constituídos por apenas um elemento químico formam uma classe.
Exemplos de Classes Minerais:
Elementos Nativos, Sulfetos, Óxidos, Halóides, Silicatos, Carbonatos e Sulfatos.

Grupo é uma categoria que inclui duas ou mais espécies que tem fórmulas químicas diferentes e estruturas cristalinas assemelhadas.
Exemplo:

Grupo das Granadas
Espécie
Composição química
Piropo
Mg3OAl2O3.3SiO2
Almandina
Fe3OAl2O3.3SiO2
Grossulária
Ca3OAl2O3.3SiO2

Família é uma categoria que inclui duas ou mais espécies que tem estruturas cristalinas diferentes e composições químicas semelhantes.
Exemplos:

Família
Espécie
Sistema Cristalino
Da Sílica (SiO2)
Quartzo
Hexagonal

Tridimita
Ortorrômbico

Cristobalita
Isométrico
Do Carbono ( C )
Diamante
Isométrico

Grafita
Hexagonal

Série é uma categoria que representa uma quantidade variável, às vezes muito grande, de possibilidades de substituição de um ou mais átomos na composição química de um mineral, por outro ou outros átomos, de modo mais ou menos contínuo.
Exemplos:

Série
Átomos que se substituem
Dos Plagioclásios
Ca e Na
Da Columbita-tantalita
Nb e Ta


Termo é a categoria usada para designar qualquer um dos minerais de uma série.

Exemplos:

Termo
O que representa
Albita
Mineral da Série dos Plagioclásios mais rico em Na
Anortita
Mineral da Série dos Plagioclásios mais rico em Ca
                       
Além da Classificação sistemática em categorias, os minerais também podem ser classificados de acordo com a Origem, a Abundância nas Rochas e a Aplicação.


2- Classificação quanto a Origem:

Primários - formados durante os processos de formação das rochas.
            Ex.: quartzo, ortoclásio, biotita, calcita, diamante, etc.

Secundários - formados durante os processos de alteração das rochas.
            Ex.: argilo-minerais (caolinita, smectita, etc.), oxi-hidróxidos de Ferro (goethita,
            Limonita, etc.).






3- Classificação quanto a Abundância nas Rochas:

Essenciais - são os principais minerais formadores de rochas, que ocorrem nas rochas em concentrações superiores a 5%.
Ex.: feldspato, quartzo e mica em granitos, plagioclásios e piroxênios em gabros, calcita em calcários e mármores, quartzo em arenitos e quartzitos, etc.

Acessórios - são aqueles que ocorrem freqüentemente nas rochas, mas que raramente ultrapassam os 5%.
Ex.: zircão, apatita, ilmenita, titanita, etc.

4- Classificação quanto a Aplicação:

Minerais-minérios - utilizados para a produção de metais.
Ex.: hematita (Fe), Galena (Pb), Calcopirita (Cu), Pirolusita (Mn), etc.
Minerais Industriais - utilizados para diversas aplicações industriais, exceto para produção de metais, como gemas ou para ornamentação.
Ex.: serpentina, quartzo, caolinita, apatita, grafita, halita, etc.
Minerais Gemológicos - utilizados como gemas.
Ex.: quartzo, berilo, diamante, coríndon, turmalina, topázio, etc.
Minerais Ornamentais - utilizados para ornamentação.
Ex.: cristal de rocha e ametista (drusas e geodos), ágata, calcedônia, malaquita, etc.
Minerais Energéticos - utilizados para produção de energia.
Ex.: uraninita e torianita.